21 agosto 2005

vale a pena ver de novo? herança do site do dmau (design, materiais, arquitetura e urbanismo), extinto pelo "ig" gratuitamente

O conteúdo abaixo foi salvado dos destroços do site do dmau:

1) melhoria do ambiente construído:

Na construção do ambiente urbano ocorre uma especial conjunção de fatores complicadores (grande escala, implicações políticas, complicações sociais, poluições etc.). Mais do que bem projetar (o que já é difícil), é preciso criar ou recriar lugares que se tornem cada vez mais significativos e agradáveis para as pessoas que vão vivenciá-los, o que vai bem além do projeto em termos de construção de um lugar por uma comunidade ao longo de um longo tempo. Há uma cada vez maior necessidade de trocar conhecimentos a respeito das múltiplas e complexas questões inerentes aos ambientes de uso público. Por um lado, as autoridades locais não têm sabido a quem recorrer; por outro lado, as empresas têm muitas dúvidas conceituais, e até os profissionais também têm muitas dúvidas quanto a: materiais, processos, design, publicidade, políticas urbanas, engenharias, arquitetura e urbanismo, etc. Estranhamente, porém, há poucos estudos consistentes e abrangente à disposição do interessado.

2) uma metodologia de design urbano premiada:

Uma das principais razões para o atual sucesso do design urbano na produção de melhorias para espaços de uso público, é o seu papel "integrador". Trata-se de conjugar de forma estratégica as diferentes áreas envolvidas com pesquisa, planejamento, projetos e obras, interligando os anseios das comunidades com as reais possibilidades de se promover o seu desenvolvimento. Não se trata de um "tipo" de planejamento urbano mais "humilde", e sim de uma especialização projetual baseada na tradicional formação dos arquitetos, interligando a criatividade artística com a manipulação das possibilidades tecnológicas. Ocorrem ações pulverizadas, eventualmente vistas como intervenções apenas pontuais, justamente porque o design urbano faz parte do sistema de planejamento urbano, mas onde houver planejamento integrado, as intervenções pontuais serão percebidas como parte de um conjunto de intervenções. Ou seja: mesmo as pequenas intervenções, pontuais ou não, devem fazer parte de grandes estratégias integradas.

3)12 princípios orientadores (identificados nos melhores projetos de design urbano):

(1) É a comunidade que determina os pontos fortes dos seus lugares;
(2) Deve-se perceber além do observável (inclusive no passado e no futuro);
(3) Deve-se pré-definir um conceito sintético (imagens+conceito) para orientar projeto e obra;
(4) O projeto deve apresentar harmonia para se inserir na evolução do lugar;
(5) Deve-se criar um lugar, em vez de um design para o lugar;
(6) Trata-se de uma questão de difícil síntese, longo prazo e muitos parceiros;
(7) O projeto deve considerar que um lugar nunca fica pronto e orientar sua contínua construção;
(8) A construção do lugar é gradual, combinada com um constante re-aprendizado pela comunidade;
(9) Nem tudo depende de dinheiro, obstáculos impossíveis devem ser contornados;
(10) Deve-se programar triangulações das atividades (relações entre as funções previstas);
(11) Deve-se conter a obsessão do processo de projetar e preencher todos os espaços;
(12) Em desenho urbano a forma não segue a função, a forma dá suporte à função (que pode ser imaginária).

4) Metodologia básica de design urbano:

1) Pesquisa e diagnóstico iniciais, conjugados com a definição dos objetivos comuns que sejam viáveis.
2) Análise geral, de diversos aspectos chave de planejamento tais como: atributos físico-ambientais e imaginários, potencialidades e constrangimentos, áreas prioritárias, perspectivas de ação.
3) Definição de estratégias e parâmetros para o desenvolvimento dos projetos e diretrizes.
4) Estabelecimento do projeto guia, e das diretrizes dos projetos complementares.
5) Desenvolvimento coordenado de projetos e obras.

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