30 março 2009

novas receitas de concreto 2





Este concreto transparente foi inventado em 2006 por dois estudantes mexicanos de engenharia civil, o que permite construir paredes translúcidas. Além da quase transparência (80% da luz passa), este concreto é 30% mais leve que o tradicional, com aproximadamente as mesmas características de dureza e resistência a impactos.

Se empregam cimento branco, agregados finos, agregados graúdos, fibras e água mais o aditivo Ilum (secreto).

link: http://www.plataformaarquitectura.cl/2009/01/05/concreto-translucido-desarrollado-en-mexico/

material indicado pelo cabeludo jovem guarda Marlon Amigo do Tiririca

Novas receitas de concreto



Por questões, digamos, ambientais, os grandes produtores de materiais, vêm tentando evitar a geração de CO2, ou diminuir seus resíduos. A Cemstone Products Company, fornecedora de concreto para a nova ponte I-35W sobre o Rio Mississippi a leste do centro de Minneapolis desenvolveu um novo tipo de concreto.

No concreto o cimento e a água formam uma pasta em que ocorre a reação de crescimento (como uma espuma que cresce) e de endurecimento que trava os agregados. (presos na espuma endurecida). A reação "usa" a água (que não evapora) e produz calor, mas também faz o concreto fica cáustico (corrosivo). E isso que ocorre enquanto houver água, mesmo proveniente da umidade exterior, anos depois da reação inicial. A hidratação do cimento ocorre em camadas de fora para dentro, de modo que a reação continua, embora cada vez menor e mais lentamente.

Boa parte do cimento Portland da ponte em questão foi substituído por dois resíduos industriais — cinzas volantes e cinza pesada de termo-elétricas ou altos-fornos. Ambas pozzolanas aumentam a resistência do concreto. Com partículas menores (micro sílica, cinzas volantes ou pesadas) o concreto fica mais denso, menos poroso, mais resistente em termos de mecânica, e sobretudo, mais impermeável, o que protege o concreto da infiltração de sais, que trazem corrosão para as barras de aço, e mais umidade para mais reações. Alguns fabricantes acrescentam também dióxido de titânio, o que além de tornar o cimento mais branco, acelera a oxidação natural.

mercado de imóveis para baixa renda 2

Foi só eu falar do assunto que, além do Edmar, o governo federal logo se mexeu e lançou mais um pacote habitacional espalhafatoso.

1) Claro que eles sabem que para construir um milhão de casas é preciso ter urbanização que comporte esse tipo de casa. E não tem pacote complementar nenhum para a urbanização (água, luz, telefone, esgoto, pavimentação, calçamento, sinalização, transportes de massa, segurança, serviços urbanos, essas coisinhas fáceis de resolver). Vão fazer essas unidades onde? Na Av Vieira Souto? Na Av Paulista?

2) Claro que eles sabem que se uma casa popular custa, digamos, R$15.000,00 a infra-estrutura correspondente custa no mínimo outro tanto desses. De onde virá esse outro tanto?

3) Claro que eles poderiam ter consultado os setores profissionais ligados a isso, mas nem os empresários (todos a favor) foram consultados.

4) O programa não prevê coisas mínimas como instalações elétricas, mas faz estardalhaço sobre aquecimento solar, sem explicar de onde viria o financiamento para isso.

5) E todo o mercado de materiais de construção? Toda a cadeia de produção? Como vai o programa de qualidade em materiais e serviços de construção? Não era para a CAIXA só financiar construtoras certificadas? Em Minas tem quantas, uma meia dúzia?

6) O programa não liga para os fatos históricos de que toda vez que ocorre qualquer aquecimento na indústria da construção os preços cartelizados, principalmente do aço e do cimento, sobem barbaridades?

7) Por que não linkar esse programa com outros do governo federal, tipo o de engenharia e arquitetura públicas (Lei 11.888), que prevê gratuidade de projetos e de assistência técnica para a população com renda de até três salários mínimos?

8) Se não prestaram atenção nem nos outros programas federais, imagina se iam prestar atenção nas questões de risco geológico, de proteção ambiental, de áreas inundáveis, de plano diretor, de licenciamento ambiental, e mais um monte de confusões...

9) O ministro das Cidades rebatendo críticas de técnicos, inventou de última hora, que as casas do plano habitacional do governo seriam construídas em puxadinhos da urbanização (esticamento das infra-estruturas já existentes), para os quais teria sido destinado R$ 5 bilhões.

10) Vai que dá tudo certo, e as escolas, os postos de saúde, as cabines de polícia, as linhas de ônibus, a capacitação de mão de obra, os arquitetos, os engenheiros, os fiscais da própria CAIXA, e o isquindim do bagulhete?

29 março 2009

ouvidos de concreto (concentradores acústicos)





Denge, perto de Dungeness, em Kent, na Inglaterra é uma antiga instalação da Real Força Aérea, conhecida pelos experimentos acústicos construídos nos anos 1920. Vários desses foram construídos ao longo das costas sul e leste. Consiste de um refletor meia esfera em concreto.

Dizem que funcionavam para detectar aviões inimigos voando baixo e lentamente, bem antes de ser possível avistá-los. A concha concentrava os sons num microfone central. O problema é que os aviões ficaram mais rápidos, e navios ficaram mais barulhentos. Tudo isso aconteceu antes da invenção do radar em 1932. Enfim, o experimento foi abandonado, mas as estruturas são bacanas, não é?

link certo: http://www.99express.com/2009/03/abandoned-acoustic-mirrors-denge-uk.html

seção cacarecodromo do tio gegeca (eco-design e reciclagem)






No link original tem muito mais e mais legal: http://www.meterdown.com/2009/03/robots-made-with-junk-items.html

seção coleção de espelhos




Vai no link certo que tem muito mais: http://www.picdumps.com/picdumps-stylische-spiegel-2446.htm

20 março 2009

mercado de imóveis para baixa renda

De repente encheu de pesquisa, notícia, congresso, pacote, emenda constitucional, medida provisória e sei lá que mais sobre o mercado imobiliário de baixa renda

Agora as construtoras organizadas resolveram prestigiar a baixa renda. Segundo o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC) até 2003 das 800.000 UHs (unidades habitacionais) produzidas para até 10 SM (salários mínimos), apenas 13% estavam nas mãos da economia formal. A faixa até 5 SM não tinha nenhuma participação do setor formal. Qualquer loja de materiais de construção sabe que essa faixa é da autoconstrução (sem projeto e sem responsável técnico etc).

Agora, das 21 construtoras na Bolsa de Valores, 17 estão no segmento da baixa renda. De repente 80% das construtoras com dever de lucrar para agradar seus acionistas dedicadas à baixa renda? Deve ter alguma graça nisso. A CriActive (http://www.criactive.com.br/) fez uma pesquisa (Ago~Dez2008) com essas empresas e concluiu que a culpa é justamente da crise global e da falta de crédito, porque o segmento menos afetado nessa história toda de crise foi justamente o da baixa renda.

A pesquisa adotou os seguintes critérios:
1. Supereconômico: imóveis até R$ 60 mil;
2. Econômico: R$ 60 mil a R$ 120 mil;
3. Médio: R$ 120 mil a R$ 350 mil.

Essas construtoras preferem empreendimentos de R$ 60 a 120 mil, para a classe C, com renda domiciliar mensal de R$ 1.064,00 a R$ 4.591,00. Essa porta de entrada do mercado imobiliário é um mercado de 86 milhões de pessoas(46% da população brasileira), que apresenta um ritmo crescente de consumo.

A construção supereconômica, focada nas classes D/E, ainda não é viável para essas construtoras, e depende de subsídios do governo em programas de habitação popular. Nestas classes estão 39% da população brasileira, 73 milhões de pessoas.

Segundo a FGV de São Paulo, o mercado de baixa renda representa 30 milhões de domicílios com renda familiar inferior a R$ 1200,00, correspondendo a 60% dos domicílios no Brasil (IBGE), com menos de 20% da renda total do brasileiro. Os domicílios de baixa renda são lares com crianças até 5 anos e chefes de família com o primário incompleto, com valores conservadores (família, honra, justiça).

Está rolando uma Proposta de Emenda Constitucional (PEC) da Habitação, que propõe ao governo a destinação de 2% dos recursos da União e 1% dos Estados e municípios para habitação popular. Essa PEC é resultado de decisão conjunta (e inédita) de empresários, representantes de movimentos populares por moradia, centrais sindicais e parlamentares das mais diferentes legendas e linhas ideológicas. A PEC pretende solucionar definitivamente o déficit habitacional de oito milhões de moradias.

As famílias de baixa renda ficaram décadas relegadas à própria sorte, mas a culpa não é delas. É do governo, dos empresários etc, que para sobreviver só deram bola para a fatia do mercado com condições de pagar o preço de uma unidade habitacional. Com a aprovação da PEC, os empresários poderão construir HIS (habitação de interesse social) em várias regiões da cidade, independentemente de serem ou não classificadas como ZEIS (zonas de especial interesse social).

Cerca de 85% do déficit habitacional se concentra em famílias com renda de até três salários mínimos. Para elas, é preciso subsídio, que não se dá só com dinheiro, mas também com políticas compensatórias, como isenção fiscal para as habitações de interesse social - a cada unidade construída, mais de 30% do investimento custeia impostos. Portanto, basta baixar impostos nessa faixa de imóveis, e simplificar a liberação de recursos já há muito tempo contingenciados.

Interessa muito ao governo inserir esse mercado todo no mundo fiscal. Os "puxadinhos" e a autoconstrução só estimulam a informalidade e o aumento das ocupações em áreas inadequadas e de risco. Outro ponto a favor é que quem compra um imóvel nesse segmento econômico faz isso por uma necessidade de longo prazo. Esse povo não faz investimento oportunista.

Conclui-se que não haverá crise para esse segmento de baixa renda em 2009. Porque em 2007 já aconteceu uma redução histórica de 9,5% no déficit habitacional, que deve se repetir nas medições de 2008, segundo dados preliminares da CAIXA.

A partir de 2006, e principalmente em 2007, as maiores construtoras do país se voltaram para esse mercado, classificado de "inesgotável". Unidades baratas, rendem pouco, e só dão lucro para grandes construtoras em grandes quantidades. Outra prática nesse mercado são pequenos construtores que fazem um ou outro predinho, cujo rendimento precisa pagar até a gasolina da pick-up do construtor. Pequeno ou grande, todos esses empreendedores vendem com financiamentos baratos da CAIXA, com consórcios e por meio de cooperativas habitacionais. Só falta o governo acordar para isso.

A Rodobens, que concentra 80% de seus negócios no segmento até R$ 150 mil, entre 2007 e 2008 lançou cerca de 10,5 mil unidades habitacionais com esse perfil. E para 2009, prevê comercializar 22,8 mil moradias.

Se a crise econômica já vem estimulando o desenvolvimento desse mercado, e deve provocar um crescimento ainda maior, isso quer dizer que os grandes empreendedores vão tomar o mercado do construtorzinho da pick-up. Ou então vai ser o construtor mediano, que fazia um ou dois predinhos de classe média, que com o mesmo investimento, agora vai fazer uma meia dúzia de predinhos e conjuntinhos de casinhas geminadas, se agarrando a esse segmento como forma de sobrevivência.

Bacana isso. Finalmente os arquitetos vão ter que que se virar para fazer unidades de 36m2. Quero só ver...

seção trabalho de alunos




Argamassas com fibra de côco: Gabriela, Ludymilla, Luíza (3º período de arquitetura e urbanismo no UNILESTE)