25 novembro 2008

seção lições profissionais: aposentadoria de arquiteto

Apareceu uma comunidade no ORKUT brincando com o fato de ninguém conhecer um arquiteto aposentado. Por que os arquitetos não se aposentam?

E pior, segundo teria perguntado o architect I.M. Pei, por que os arquitetos vivem tanto? Philip Johnson teria respondido que é claro que arquitetos vivem muito; é para ter mais tempo para terminar seus projetos. Johnson aliás se aposentou várias vezes até morrer com 98 anos, a primeira delas aos 85 anos. O I.M. Pei anunciou sua aposentadoria aos 72, mas foi só para poder passear pelo escritório sem ter que se preocupar com os prazos de entrega de projetos. Hoje aos 91, Pei tem a idade de Frank Lloyd Wright quando morreu, trabalhando também. Wright pelo menos nunca disse que fosse se aposentar.

Talvez devido à natureza da profissão, porque a arquitetura sempre envolve balanceamentos sutis, os arquitetos aprendem a ser cautelosos, tanto consigo mesmos quanto com todas as técnicas que precisam dominar. É trabalhando que os arquitetos áprendem a tomar conta de milhões de detalhes ao mesmo tempo.

Witold Rybczynski já disse que não faz sentido dar prêmios, como o Pritzker Prize, para indivíduos, porque a arquitetura é um trabalho de equipe. Mas a liderança de equipes de trabalho matura ao longo da experiência profissional, tornando mais proeminentes justamente os mais experientes.

Ludwig Mies van der Rohe já tinha 62 anos quando começou a projetar os apartamentos da Lake Shore Drive, que se tornaram um modelo para todas os outros edifícios de aço e vidro. Le Corbusier já tinha 63 anos quando começou a construir a capela de Ronchamp. Louis Kahn já tinha 64 anos quando construiu o Salk Institute. Frank Gehry tinha 68 anos quando produziu o Bilbao Guggenheim. Ou seja: Quando finalmente o arquiteto consegue fazer as coisas darem certo já está mais velho, e justamente aí é que ele não vai parar de trabalhar mesmo.

E não é tão difícil para um arquiteto continuar a trabalhar, já que se trata de um trabalho de equipe. Até porque o desenvolvimento num escritório de arquitetura ocorre num rodízio de mão de obra que evolui enquanto envelhece e se renova. Como se diz sobre os grandes escritórios nas escolas de arquitetura americanas: The younger minds propose, but the master disposes _ os novatos propoem, os mestres dispoem.

Do ponto de vista dos investidores é mais seguro trabalhar com escritórios que mixem arquitetos jovens e ousados sob a supervisão de arquitetos experientes e sensatos. E como arquitetos de todas as idades dependem de clientes, em termos de composição, as equipes tendem a ser formar da maneira mais rentável.

Ademais, por mais realizado que seja um arquiteto experiente, jamais ele deixa de atender clientes exigentes, até porque seus sócios mais jovens o pressionarão, oferecendo capacidade e interesse por cada vez mais trabalho.

Ah... Enfim... É por aí...

fonte:
A tal comunidade do ORKUT:
http://www.orkut.com.br/Main#CommMsgs.aspx?cmm=18233516&tid=5271744877481010058&start=1
Texto mal traduzido e adaptado do seguinte artigo:
http://www.slate.com/id/2198786/

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