A circulação é a espinha dorsal da atividade urbana, a cidade é projetada para que o espaço destinado ao transito seja feito para forma mais racional, econômica e ágil, seja a locomoção feita a pé, automóvel, bicicleta, o deslocamento por espaços mais longos e alternativos são vistos em segundo plano.”...a tecnologia da locomoção- dos automóveis às grandes rodovias[...] o espaço se tornou um lugar de passagem, medida pela facilidade com que dirigimos através dele ou nos afastamos[...]Transformando em simples corredor, o espaço urbano perde qualquer atrativo.”1
O espaço urbano acaba empobrecido em áreas de grandes fluxos, não gerando relações entre as pessoas que nele vivem, mesmo que temporariamente, obrigando muitas vezes ao uso de espaços particulares, já que o espaço não atende aos usuários. Na cidade de New York, a estrutura ferroviária chamada de High line(Linha Alta, em inglês) construída na década 30 do século passado para o transporte de mercadorias, mas na década de 80 do mesmo século, a linha foi desativada e virando um ponto esquecido da cidade e apreciado por exploradores urbanos. Em 2001 o ex-prefeito Rudy Guiliani, tentou demoli-lá, mas com uma ação comunitária, agrupada numa organização sem fins lucrativos, denominada “Friends of High Line“, conseguiu impedir essa ação. Em abril de 2006 o novo prefeito, Michael Bloomberg, deu início a reurbanização do que restou da antiga linha. 4 princípios guiaram o projeto, “manter o local simples, mantê-lo silencioso, mantê-lo com aspecto selvagem e mantê-lo voltado para a contemplação” proposta por Diller Scofidio +Renfro. A ideia foi manter uma atmosfera já existente, e a vegetação que lá cresceu de forma espontânea. Um deck de madeira está sendo colocado no local onde os trilhos foram retirados, e isso permitirá que a grama cresça em suas bordas, dando ao parque uma feição de não ter sido planejado, próxima a existente quando ele estava abandonado.2
Na cidade de Ipatinga, mais especificamente no decorrer da avenida Selim José de Sales, muito do espaço entre a ciclovia e automobilística são usados ou como estacionamentos e alguns bicicletários, com o termino do expediente, torna-se um local com o uso para barraquinhas, com as pessoas usando cadeiras ou sentando no chão, atacando o espaço e transformando ele a forma que desejam, não o que ele impõem “...O suporte que melhor o atende pode ser improvisado de forma móvel, sendo negociada de pessoa para pessoa, como sentar em um banco ou uso de um espaço particular ou publico, sendo ocupado por melhor bom senso da negociação, podendo ocupar até uma rua em horários vagos e sem muita circulação.”3 Com uma resposta para a necessidade do uso, criação de pérgolas nas áreas próximas a ciclovia, com bancos e canteiros, alguns até com bebedouros públicos e outros mesinhas com cadeiras para a conversa olho-a-olho ou o consumo de alimentos, sentar e formar uma roda de conversa na grama, de forma que a pessoa que passa caminhando pelo local, posas parar e descansar durante este deslocamento, não necessitando somente de bares ou lanchonetes para o descanso, seja rápido ou longo.
Notas Bibliografias
1. SENNET, Richard- Carne e Pedra-1994 p.17-18
2. http://www.skyscrapercity.com/archive/index.php/t-891902.html (compilação)
3. KUNSCH, Graziela- Prática Urbana p.21-22, (comentário baseado neste texto)
Marcos Vinicius Oliveira Meireles
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